Jornal Vascular Brasileiro
https://jvascbras.org/article/doi/10.1590/1677-5449.007017
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Avaliação da profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital geral

Evaluation of deep vein thrombosis prophylaxis in a general hospital

Fátima Cristiane Lopes Goularte Farhat, Hellen Caroliny Torres Gregório, Rafaela Durrer Parolina de Carvalho

Downloads: 23
Views: 2837

Resumo

Contexto: O tromboembolismo venoso (TEV) representa uma preocupação crescente nas instituições hospitalares, tem grande impacto sobre a morbimortalidade em pacientes clínicos e cirúrgicos, e é a principal causa de morte evitável hospitalar. Embora existam modelos de avaliação de risco para pacientes hospitalizados, a profilaxia ainda é subutilizada ou é feita de forma incorreta. Objetivos: Avaliar o perfil de risco para TEV de pacientes clínicos e cirúrgicos recém-internados, bem como as medidas tromboprofiláticas aplicadas nas primeiras 24 horas de internação. Métodos: Este estudo transversal foi realizado em um hospital geral de grande porte do interior do estado de São Paulo entre março e julho de 2015. Os escores de Pádua e Caprini foram utilizados para estratificação de risco dos pacientes clínicos e cirúrgicos, respectivamente, enquanto a análise das medidas tromboprofiláticas baseou-se nas recomendações do 8º e 9º Consenso do American College of Chest Physicians. Resultados: Foram analisados 592 pacientes (62% clínicos e 38% cirúrgicos). A estratificação de risco revelou necessidade de quimioprofilaxia em 42% dos pacientes clínicos e 81% dos cirúrgicos (51% de alto risco e 30% de moderado risco). Por outro lado, receberam profilaxia adequada nas primeiras 24 horas de internação 54% dos pacientes clínicos de alto risco, 85% dos cirúrgicos de alto risco e 4% dos cirúrgicos de moderado risco, todos sem contraindicação. Conclusões: Há necessidade de aprimoramento da segurança do paciente em relação ao TEV já nas primeiras horas de internação. Existe uma subutilização da quimioprofilaxia especialmente nos pacientes clínicos de alto risco e cirúrgicos de moderado risco.

Palavras-chave

tromboembolismo venoso; quimioprofilaxia; heparina; hospital.

Abstract

Background: Venous thromboembolism (VTE) is a cause for growing concern in hospitals, has great impact on morbidity and mortality in clinical and surgical patients, and is the leading cause of preventable hospital deaths. Although there are risk assessment models for hospital inpatients, prophylaxis is still underused or is administered incorrectly. Objectives: To assess the risk profile for VTE in recently hospitalized clinical and surgical patients and evaluate the thromboprophylactic measures implemented in the first 24 hours of hospitalization. Methods: Cross-sectional study conducted in a large general hospital in the state of São Paulo, Brazil, between March and July 2015. Padua and Caprini scores were used for risk stratification of clinical and surgical patients, respectively, while thromboprophylactic measures were analyzed for compliance with the recommendations contained in the 8th and 9th Consensus of the American College of Chest Physicians. Results: A total of 592 patients (62% clinical and 38% surgical) were assessed. Risk stratification revealed a need for chemoprophylaxis in 42% of clinical patients and 81% of surgical patients (51% high risk and 30% moderate risk). However, 54% of high-risk clinical patients, 85% of high-risk surgical patients, and 4% of moderate-risk surgical patients, who were free from contraindications, were actually given the correct prophylaxis in the first 24 hours of hospitalization. Conclusions: There is a need to improve patient safety in relation to VTE in the first hours of hospitalization, since there is underutilization of chemoprophylaxis, especially in high-risk clinical patients and moderate-risk surgical patients.

Keywords

venous thromboembolism; chemoprevention; heparina; hospital.

References

1. Maia CP, Diogo Filho A, Diogo DM, Fedrigo LS, Diogo PM. Estudo epidemiológico da profilaxia do tromboembolismo venoso em pacientes internados em especialidades cirúrgicas diversas de um Hospital de Nível Terciário. Rev Horizonte Científico. 2008;2(1):1-24.

2. Stevens A, Lowe J. O sistema circulatório sanguíneo. In: Stevens A, Lowe J. Patologia. 2ª ed. Barueri: Manole; 2002. p. 152-6.

3. Rocha AT, Paiva EF, Lichtenstein A, et al. Tromboembolismo venoso: profilaxia em pacientes clínicos – Parte I. São Paulo: Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina; 2005. Projeto Diretrizes.

4. Bastos M, Barreto SM, Caiafa JS, Rezende SM. Tromboprofilaxia: recomendações médicas e programas hospitalares. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(1):88-99. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100022. PMid:21390465.

5. Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of venous thromboembolism. American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines (8th ediiton). Chest. 2008;133(6):381S-453S. http://dx.doi.org/10.1378/chest.08-0656. PMID: 18574271.

6. Pitta GBB, Leite TL, Silva MDC, Melo CFL, Calheiros GA. Avaliação da utilização de profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital escola. J Vasc Bras. 2007;6(4):344-51. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492007000400008.

7. França A, Sousa JA, Felicíssimo P, Ferreira D. Venous thromboembolism’s risk assessment: rationale, objectives, and methodology the ARTE study. Acta Med Port. 2011;24(Suppl 2):575-82. PMid:22849949.

8. Diogo-Filho A, Maia CP, Diogo DM, Fedrigo LSP, Diogo PM, Vasconcelos PM. Estudo de vigilância epidemiológica da profilaxia do tromboembolismo venoso em especialidades cirúrgicas de um hospital universitário de nível terciário. Arq Gastroenterol. 2009;46(1):9-14. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-28032009000100007. PMid:19466303.

9. Amaral C, Reis J, Guimarães L, et al. Recomendações perioperatórias para profilaxia do tromboembolismo venoso no doente adulto. Consenso Nacional Multidisciplinar 2014. Rev Soc Port Anestesiol. 2014;23(3):62-75.

10. Pereira CA, Brito SS, Martins AS, Almeida CM. Profilaxia da trombose venosa profunda: aplicação prática e conhecimento teórico em um hospital geral. J Vasc Bras. 2008;7(1):18-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000100005.

11. Machado NL, Leite TL, Pitta GB. Frequência da profilaxia mecânica para trombose venosa profunda em pacientes internados em uma unidade de emergência de Maceió. J Vasc Bras. 2008;7(4):333-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000400008.

12. Lau BD, Haut ER. Practices to prevent venous thromboembolism: a brief review. BMJ Qual Saf. 2014;23(3):187-95. http://dx.doi.org/10.1136/bmjqs-2012-001782. PMid:23708438.

13. Kahn SR, Lim W, Dunn AS, et al. Prevention of VTE in nonsurgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e195S-e226S. PMID: 22315261. http://dx.doi.org/10.1378/chest.11-2296.

14. Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. PMID: 22315263. http://dx.doi.org/10.1378/chest.11-2297.

15. Barbar S, Noventa F, Rossetto V, et al. A risk assessment model for the identification of hospitalized medical patients at risk for venous thromboembolism: the Padua Prediction Score. J Thromb Haemost. 2010;8(11):2450-7. http://dx.doi.org/10.1111/j.1538-7836.2010.04044.x. PMid:20738765.

16. Caprini JA. Thrombosis risk assessment as a guide to quality patient care. Dis Mon. 2005;51(2-3):70-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.disamonth.2005.02.003. PMid:15900257.

17. Fuzinatto F, Wajner A, Waldemar FS, Hopf JL, Schuh JF, Barreto SS. Profilaxia para tromboembolia venosa em um hospital geral. J Bras Pneumol. 2011;37(2):160-7. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132011000200005. PMid:21537651.

18. Ribeiro MA, Netto PG, Lage SG. Desafios na profilaxia do tromboembolismo venoso: abordagem do paciente crítico. Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(3):316-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2006000300016. PMid:25310448.

19. Busato CR, Gomes RZ, Costa DM, Zubiolo TF. Avaliação de tromboprofilaxia em hospital geral de médio porte. J Vasc Bras. 2014;13(1):5-11. http://dx.doi.org/10.1590/jvb.2014.003.

20. Carneiro JL, Targueta GP, Marino LO. Avaliação da profilaxia do tromboembolismo venoso em hospital de grande porte. Rev Col Bras Cir. 2010;37(3):204-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912010000300008. PMid:21079893.

21. Luna O, Stephanía A. Comparación de tromboprofilaxisen pacientes clínicos y quirúrgicos hospitalizados em el Hospital de Especialidades Eugenio Espejo em el período septiembre-octubre 2014. Ecuador: Pontificia Universidad Católica Del Ecuador Facultad de Medicina; 2015.

22. Dhamnaskar S, Trivedi U, Sawarkar P, Kulkarni V. Prospective observational study of compliance to venous-thromboembolism prophylaxis guidelines as per the American College of Chest Physicians (ACCP) in post-operative patients in a tertiary care centre. Int J Health Sci Res. 2016;6(5):39-46.

23. Kruger JA, Cleva R, Santo MA, Pajecki D, Cecconello I. Profilaxia de tromboembolismo venoso em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Abeso. 2012;60:12-15.

24. Holbrook A, Schulman S, Witt MD, et al. Evidence-based management of anticoagulant therapy: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e152S-e184S. PMID: 22315259. http://dx.doi.org/10.1378/chest.11-2295.

25. Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Prevention and management of venous thromboembolism [Internet]. Edinburgh: SIGN; 2010 [cited 2010 dec 10]. Available from: http://www.sign.ac.uk

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5cd1924f0e88255a35632f93 jvb Articles

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections