Jornal Vascular Brasileiro
https://jvascbras.org/article/5df0ef3a0e8825a140b5f733
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Original Article

Efeitos da drenagem do líquido cérebro-espinhal na prevenção da paraplegia após o clampeamento da aorta torácica em modelo canino

Effects of cerebrospinal fluid drainage in the prevention of paraplegia after thoracic aorta cross-clamping in a canine model

Célio Teixeira Mendonça

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Resumo

Objetivos: Determinar se a drenagem do líquido cérebro-espinhal
poderia aumentar a pressão de perfusão da medula espinhal e prevenir
a ocorrência de paraplegia após o clampeamento da aorta torácica em
cães, além de correlacionar a pressão de perfusão da medula espinhal
ao estado neurológico dos animais e ao grau de injúria histológica de
suas medulas.
Métodos: Os animais do Grupo I (n = 6) foram submetidos a uma
toracotomia lateral esquerda sem clampeamento da aorta torácica; os
animais do Grupo II (n = 6) foram submetidos a uma toracotomia
lateral esquerda com clampeamento da aorta torácica, e os animais do
Grupo III (n = 6) foram submetidos a uma toracotomia lateral esquerda
com drenagem do líquido cérebro-espinhal, seguida de
clampeamento da aorta torácica.
Resultados: Todos os animais do Grupo II apresentaram lesão na
medula espinhal; os animais dos Grupos I e III eram neurologicamente
normais (P = 0,00108). A pressão de perfusão da medula espinhal
dos animais dos Grupos I e III foi maior que a dos animais do Grupo
II (P = 0,000). A histologia da medula espinhal dos Grupos I e III
mostrou aspecto normal; no Grupo II havia infarto dos neurônios
motores.
Conclusões: A drenagem do líquido cérebro-espinhal foi eficiente
em diminuir o índice de paraplegia após clampeamento da aorta torácica
em cães. Deve-se esse efeito protetor à redução da pressão do líquido
cérebro-espinhal, com o conseqüente aumento da pressão de
perfusão da medula espinhal.

Palavras-chave

paraplegia, drenagem, líquido cérebro-espinhal, aorta torácica.

Abstract

Objectives: To determine if the cerebrospinal fluid drainage
could increase the spinal cord perfusion pressure, and decrease
the incidence of paraplegia after thoracic aorta cross-clamping in
dogs, as well as to study the correlation between the spinal cord
perfusion pressure, the neurologic status of the animals and the
degree of histologic injury to their spinal cords.
Method: Group I animals (n = 6) had a left thoracotomy
without thoracic aorta cross-clamping; Group II animals (n = 6)
had a left thoracotomy with thoracic aorta cross-clamping, and
Group III animals (n = 6) had a left thoracotomy with
cerebrospinal fluid drainage followed by thoracic aorta crossclamping.
Results: All Group II animals showed evidence of spinal cord
injury; groups I and III animals were neurologically normal
(P = 0.00108). The spinal cord perfusion pressure in Groups I
and III animals was higher than the spinal cord perfusion pressure
in Group II (P = 0.000). The histology of the spinal cords in
Groups I and III animals was normal; in Group II animals, there
was infarct of the motor neurons.
Conclusions: Cerebrospinal fluid drainage significantly
decreased the incidence of paraplegia after thoracic aorta crossclamping
in this model. This protective effect was due to the
reduction in the cerebrospinal fluid pressure that caused an increase
in the spinal cord perfusion pressure.

Keywords

paraplegia, drainage, cerebrospinal fluid, thoracic aorta.
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