Oclusão tardia das artérias renais após a correção endovascular dos aneurismas da aorta abdominal com próteses de fixação supra-renal
Ricardo Aun, Fernando Tavares Saliture Neto, Alex Lederman, Hilton Waksman, Lucia Mendes Pinto
Resumo
Objetivo: Apresentar três casos em que se observaram complicações
tardias nas artérias renais.
Casuística e método: No período de novembro de 1998 a fevereiro
de 2005, foram operados, pelo Centro Paulista de Cirurgia Vascular,
121 pacientes com aneurisma de aorta abdominal pelo método
endovascular. Em 81 pacientes, a endoprótese foi fixada na posição
supra-renal e, em 40, a fixação foi infra-renal. Os pacientes foram
acompanhados no pós-operatório com tomografia abdominal realizada
com 1, 6 e 12 meses e anualmente, a partir do primeiro ano.
Noventa e sete pacientes (80,1%) foram acompanhados dentro desse
protocolo, sem perda do seguimento. Destes, 33 (34%) apresentavam
fixação infra-renal e 64 (66%) fixação supra-renal.
Resultado: Ocorreram complicações nas artérias renais de três
pacientes, cuja fixação da endoprótese foi supra-renal. Em dois pacientes,
detectamos oclusão da artéria renal esquerda nos controles
tomográficos. Esses dois pacientes apresentaram hipertensão arterial
sistêmica no pós-operatório, a qual não estava presente antes da cirurgia.
No terceiro paciente, a tomografia de controle de 12 meses apontou
estenose parcial de artéria renal esquerda, porém sem repercussão
clínica. Naqueles pacientes que desenvolveram hipertensão, realizouse
revascularização renal.
Conclusão: A fixação supra-renal é útil. Porém, para torná-la segura,
é necessário que o cirurgião controle a evolução das artérias renais
através de métodos de imagem e controle clínico dos pacientes.