Ferimentos da artéria subclávia. Estudo retrospectivo de 20 casos
Alex Lederman, Flávia Helena Matta de Paiva, Glauco Fernandes Saes, Ricardo Aun
Resumo
Objetivo: Análise de 20 casos quanto à casuística, etiologia, lesões associadas, tipos de tratamento e evolução das lesões traumáticas da artéria subclávia, no período de janeiro de 1997 a dezembro de 2001. Métodos: Estudo retrospectivo por levantamento de prontuários no serviço de arquivo médico do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Termos pesquisados: lesão de subclávia, pseudo-aneurisma de subclávia e fístula arteriovenosa de subclávia.
Resultados: Foram analisados 77 prontuários, dos quais 20 se enquadravam em lesões desses ramos. Dezessete pacientes eram do sexo masculino, com uma média de idade de 29,2 anos (12-73). A lesão por projétil de arma de fogo foi a principal causa observada (14/20), seguida de acidente automobilístico (5/20) e ferimento por arma branca (1/20). Dos 20 casos avaliados, um teve óbito intraoperatório, 11 foram submetidos a enxertos arteriais com veia, um foi submetido à ligadura da artéria subclávia, dois à sutura primária
da lesão, quatro a correções por via endoluminal e um à trombectomia. Quatorze tiveram boa evolução em seguimento de até 5 anos. Houve 14 lesões de plexo braquial, 10 lesões pulmonares (apenas uma lobectomia), nove lesões venosas, sete lesões de parede torácica, quatro fraturas de membro superior, três traumatismos crânioencefálicos,
uma lesão carotídea associada à paralisia de prega vocal por lesão do nervo laríngeo. Conclusões: Casos de lesão traumática da artéria subclávia são pouco freqüentes e geralmente associados a um grande número de lesões. O diagnóstico preciso e o atendimento precoce são fundamentais na evolução do paciente, sendo o enxerto com veia autógena a técnica mais indicada para reconstrução.