O eco-Doppler colorido na avaliação das varizes recidivadas
Graciliano José França, Jorge Rufino Ribas Timi, Enrique Antônio Vidal, Aguinaldo de Oliveira, Fábio Secchi, Marcio Miyamotto
Resumo
Objetivo: O objetivo do presente trabalho é avaliar a prevalência
de refluxo no coto da veia safena magna em pacientes com recidiva de
varizes pós-safenectomia, de forma isolada e associada a outras causas
de recidiva.
Método: Durante 3 anos, foram avaliados prospectivamente, com
o eco-Doppler colorido, 469 pacientes com varizes recidivadas previamente
submetidos à cirurgia de varizes com safenectomia. A maioria
dos pacientes era do sexo feminino (424 mulheres e 45 homens), com
média de idade de 53,5 anos (25 a 82 anos). Foram analisados, ao
todo, 683 membros inferiores. Em cada membro, foram avaliados os
cotos da veia safena magna, bem como todos os possíveis pontos de
refluxo do sistema superficial, profundo e veias perfurantes que pudessem
estar relacionados à recidiva, de forma isolada ou associada.
Resultados: O coto da veia safena magna com refluxo foi identificado
em 188 dos 683 membros estudados (27,54%), sendo, na maioria
das vezes, associado a outras causas de recidiva. Outros pontos de
refluxo observados e que se apresentaram incompetentes foram, no
sistema venoso superficial: veia safena acessória medial (2,78%), veia
safena magna residual na coxa (4,68%), veia safena acessória lateral
(7,32%), veia safena magna residual na perna (8,78%) e veia safena
parva (33,52%). No sistema venoso profundo, 14,20% dos membros
apresentaram algum grau de refluxo. O eco-Doppler também evidenciou
veias perfurantes incompetentes em coxa em 26,35% e, em perna,
em 61,05% dos casos. Na maioria dos membros avaliados, a recidiva
foi determinada por um (33,39%) ou dois (40,4%) sítios de refluxo.
Conclusão: A prevalência de refluxo no coto da veia safena magna
em pacientes com recidiva de varizes pós-safenectomia é de 27,54%
nesta amostra. Na maioria das vezes, o refluxo no coto da veia safena
magna está associado a outras causas de recidiva.