Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática
Antonio César Franco Garcia, Bárbara Vicente de Souza, Dalton Espíndola Volpato, Luciane Mônica Deboni, Marina Vicente de Souza, Roberta Martinelli, Scheila Gechele
Resumo
Objetivo: Avaliar o conhecimento dos médicos sobre as indicações
de profilaxia medicamentosa da trombose venosa profunda e fazer
um paralelo com a utilização prática nos seus pacientes.
Métodos: Foram pesquisados fatores clínicos, medicamentosos e
cirúrgicos para trombose venosa profunda, em todos os pacientes internados
no Centro Hospitalar Unimed de Joinville, durante 40 dias
consecutivos, estratificando o risco conforme as Normas de Orientações
Clínicas da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Foi verificado se os pacientes com indicação para profilaxia
medicamentosa da trombose venosa profunda estavam recebendo-a.
Posteriormente, os médicos dos pacientes incluídos no estudo responderam
questionário sobre trombose venosa profunda.
Resultados: Foram estudados 239 pacientes (57 baixo risco, 124
médio risco e 58 alto risco para trombose venosa profunda). Da amostra,
76% (183/239) não estavam recebendo profilaxia medicamentosa
da trombose venosa profunda. Receberam profilaxia, 27% (34/124)
dos pacientes com risco moderado e 38% (22/58) dos pacientes com
alto risco. Dos 91 médicos entrevistados, o questionário mostrou que
todos possuem conhecimento teórico dos fatores de risco e métodos
de prevenção da trombose venosa profunda, e 92,3% sabem, teoricamente,
como utilizá-los. A maioria (57,14%) afirmou sempre utilizar
profilaxia em pacientes de risco, 38,46% referiram conhecer a incidência
de trombose venosa profunda, e 72,53% já haviam tratado
casos de trombose venosa profunda.
Conclusão: A profilaxia medicamentosa para trombose venosa
profunda é subutilizada em pacientes com indicação para recebê-la.
Os médicos demonstram bom conhecimento sobre o assunto, porém
a teoria informada não condiz com a realidade praticada por estes
profissionais.