Avaliação do eco-Doppler na predição da necessidade de arteriografia do território aorto-ilíaco em pacientes submetidos a revascularização arterial infra-inguinal
Evaluation of the accuracy of Doppler ultrasonography to rule out the need for aortoiliac arteriography before infrainguinal arterial reconstruction
Cláudio Jacobovicz, Jorge R. Ribas Timi, Luís Henrique Gil França, Henrique Jorge Stahlke Júnior, Judy Nakahara
Resumo
Objetivo: Determinar se a ultra-sonografia Doppler pode afastar lesões hemodinamicamente significativas no território aorto-ilíaco em pacientes com pulso femoral palpável, limitando o exame arteriográfico seletivamente ao membro inferior sintomático. Método: Foram estudados 82 pacientes submetidos a revascularização arterial infra-inguinal no Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Clínicas da UFPR entre janeiro de 1999 e dezembro de 2000. Todos apresentavam pulsos arteriais em região femoral normalmente palpável no membro isquêmico e, em pré-operatório, realizaram exame ultra-sonográfico para afastar lesões hemodinamicamente significativas em território aorto-ilíaco, posteriormente comparado com a arteriografia. Resultados: Os exames foram concordantes em 80 destes pacientes e inconclusivos em dois. Com isso, a especificidade foi de 97,56%, e o valor preditivo negativo, de 100%. A observação mais importante foi a acurácia do eco-Doppler para afastar lesões significativas em território aorto-ilíaco (97,56%) quando comparado com o exame padrão- ouro. Conclusão: Pacientes submetidos a revascularização arterial infrainguinal e que apresentam pulso arterial femoral normalmente palpável podem ser submetidos à cirurgia apenas com o eco-Doppler para afastar lesões hemodinamicamente significativas em território aortoilíaco. Assim, o exame arteriográfico seria utilizado apenas seletivamente no membro isquêmico, propiciando uma avaliação mais rápida e com menor quantidade de contraste.
Palavras-chave
Abstract
Objective: To determine if Doppler ultrasonography could rule out any hemodynamically significant aortoiliac lesion in patients with palpable femoral pulse, thus leading to selective arteriography of the symptomatic lower extremity. Method: Preoperative evaluation was performed in eighty-two patients who underwent infrainguinal arterial reconstruction in the Division of Vascular Surgery of Universidade Federal do Paraná, Brazil, from January 1999 to December 2000. All patients had preoperative normal femoral pulse in the symptomatic extremity and underwent ultrasonography of the aortoiliac segment to rule out any hemodynamically significant lesion of this segment. The ultrasonography was later compared with the arteriography, considered the gold standard. Results: For eighty patients, there was agreement between both studies (ultrasonography and arteriography), and for only two, the ultrasonography was inconclusive. Thus, the specificity of the Doppler ultrasonography was 97.56% and the negative predictive value was 100%. The most important result was the accuracy (97.56%) of the ultrasonography to rule out significant lesions of the aortoiliac segment, when compared with the arteriography. Conclusion: Infrainguinal arterial reconstruction can be performed in patients who have normal femoral pulse and who only underwent preoperative ultrasonography to rule out any hemodynamically significant lesion in the aortoiliac segment. Thus, it allows a selective arteriography to be performed in the affected lower extremity, providing a faster, safer and more cost-effective preoperative evaluation.