Complicações perioperatórias em endarterectomia de carótida relacionadas à protamina
Protamine-related perioperative complications in carotid endarterectomy
Jorge R. Ribas Timi, Jeferson F. Toregeani, Marcio Miyamotto, Ian Gimenez Ribeiro
Resumo
Objetivo: Avaliar a prevalência de complicações perioperatórias em cirurgia de endarterectomia de carótida relacionadas ao uso da protamina. Pacientes e método: No período de janeiro 1996 a março de 2001, foram realizadas 215 endarterectomias de carótida. A idade média dos pacientes foi de 68,9 anos, sendo 141 deles do sexo masculino (65,6%). Os pacientes foram divididos em dois grupos: o grupo I, com 78 pacientes (36,3%), no qual a protamina foi utilizada, e o grupo II, com 137 pacientes (63,7%), no qual a heparina não foi revertida. Os dois grupos foram comparados quanto às complicações (hematoma, ataque isquêmico transitório, acidente vascular cerebral e óbito). Resultados: Complicações neurológicas ocorreram em 3,72% dos pacientes. A prevalência foi de 2,5% no grupo I e de 4,37% no grupo II. A prevalência de hematoma cervical foi de 10,23% (22 pacientes), sendo 10,25% no grupo I (oito pacientes) e 10,21% no grupo II (14 pacientes). Em cinco pacientes do grupo II, houve necessidade de reoperação para drenagem do hematoma. A taxa de mortalidade foi de 1,8%: 2,5% para o grupo I e 1,4% para o grupo II. Um dos óbitos do grupo I foi devido à reação anafilática à protamina. Conclusão: As complicações perioperatórias da endarterectomia da carótida não apresentaram diferença significativa quando comparamos pacientes em que foi ou não utilizada a protamina para a reversão da heparina.
Palavras-chave
Abstract
Objective: Analysis of perioperative complications in carotid endarterectomy related to the use of protamine. Patients and method: From January of 1996 to March of 2001, 215 carotid endarterectomies were performed. Of that total, 141 patients were male (65.6%), with a mean age of 68.9 years. The patients were divided into two groups. Group I consisted of 78 patients (36.3%) and Group II of 137 patients (63.7%). Heparin reversal was performed only on Group I. A comparision between the groups was performed concerning the following complications: bruises, transient ischemic attack, cerebrovascular accident and death. Results: Neurologic complications occurred in 3.72%. Prevalence in Group I was 2.5% and in group II was 4.37%. Postoperative hematoma occurred in 10.23% (Group I 10.25% vs. Group II 10.21%), therefore surgical drainage was needed in five patients, all of them from Group II. General mortality occurred in 1.8% (2.5% in Group I vs. 1.4% in Group II). One patient died because of an anaphylactic reaction related to protamine. Conclusion: In terms of perioperative complications from carotid endarterectomy, no statistically significant differences were found between patients who used protamine for heparin reversal and those patients who did not use the substance.