Simpatectomia cervicotorácica videotoracoscópica: experiência de 8 anos
Thoracoscopic cervicothoracic sympathectomy: an eight-year experience
Paulo Kauffman, José Ribas Milanez de Campos, Nelson Wolosker, Sérgio Kuzniec, Fábio Biscegli Jatene, Pedro Puech Leão
Resumo
Objetivo: Apresentar a experiência da Disciplina de Cirurgia Vascular, do Serviço de Cirurgia Torácica e da Clínica Particular, com a simpatectomia cervicotorácica vídeo-assistida. Métodos: Foram operados 388 pacientes (240 do sexo feminino), sendo 378 por hiperidrose, quatro por tromboangeíte obliterante, quatro por causalgia e dois por síndrome do QT longo. Nos primeiros 45 pacientes da série, foi realizada ressecção da cadeia simpática; em 251, termoablação com o eletrocautério; nos últimos 92, termoablação com o bisturi harmônico. Resultados: Não houve mortalidade nem necessidade de reverter o procedimento para cirurgia aberta em nenhum paciente. O seguimento variou de 1 a 60 meses (média de 12,42 ± 8,3). Resultados ótimos ou bons foram obtidos em 90% dos pacientes, incluindo os 10 que apresentavam doenças orgânicas. A principal complicação, nos casos de hiperidrose, foi a hiperidrose compensatória, que ocorreu de forma moderada ou intensa em 64% dos casos, sendo o motivo de arrependimento com relação à cirurgia em 4% dos pacientes. Conclusão: A simpatectomia cervicotorácica videotoracoscópica constitui um método simples, efetivo e seguro no tratamento da hiperidrose e em casos selecionados de isquemia grave de mão, causalgia e síndrome do QT longo.
Palavras-chave
Abstract
Objective: To present and discuss our eight-year experience with video-assisted cervicothoracic sympathectomy. Methods: 388 patients were submitted to surgery (240 females): 378 cases of hyperhidrosis, four of thromboangiitis obliterans, four of causalgia and two of long QT syndrome. Resection of the sympathetic chain was performed in the first 45 patients of the series. Thermal ablation was performed using electrocauterization in 251 patients. Thermal ablation was performed using a harmonic scalpel in the other 92 patients. Results: No deaths occurred, and there was no need to resort to open surgery for the procedures in any patient. The follow-up period ranged from one to 60 months (mean of 12.42 ± 8.3). Excellent or good results were obtained in 90% of the patients, including 10 patients who presented organic diseases. The main complication in the cases of hyperhidrosis was compensatory hyperhidrosis, which occurred moderately to severely in 84% of the patients. This was a reason for regretting the surgery among 4% of the patients. Conclusion: video-assisted cervicothoracic sympathectomy is a simple, effective and safe method for the treatment of hyperhidrosis and selected cases of severe ischemia of the hand, causalgia and long QT syndrome.