Jornal Vascular Brasileiro
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Artigo Original

Programa de profilaxia do tromboembolismo venoso do Hospital Naval Marcílio Dias: um modelo de educação continuada

Program of venous thromboembolism prophylaxis: a model of continuing medical education

Jackson Silveira Caiafa, Marcos de Bastos

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Resumo

Objetivos: Estudar a freqüência dos fatores de risco de tromboembolismo venoso na população do Hospital Naval Marcílio Dias; identificar e quantificar as categorias de risco; registrar e padronizar os esquemas profiláticos; quantificar os insucessos e as complicações da prevenção; disseminar as condutas e a prevenção do tromboembolismo venoso. Métodos: Com uma ficha hospitalar e um software, foram avaliados 18.690 pacientes entre outubro de 1995 e agosto de 1999. Foram avaliados a freqüência dos fatores de risco e sua classificação; os esquemas profiláticos; o consumo de antitrombóticos e suas complicações; e a freqüência de tromboembolismo venoso sintomático à alta hospitalar. Resultados: Foram registrados 880 (4,7%) pacientes de alto risco, 8.012 (42,87%) de risco moderado e 9.798 (52,43%) de baixo risco. Profilaxia inadequada foi verificada em 52,9% dos pacientes de alto risco; 33% dos pacientes de risco moderado não receberam profilaxia; e 4,6% dos pacientes de baixo risco receberam profilaxia medicamentosa. Os fatores de risco mais comuns foram idade > 40 anos, gestação, cirurgia prolongada e obesidade. Entre os pacientes que utilizaram profilaxia medicamentosa, 11 (0,4%) tiveram sangramento maior e 14 (0,51%) sofreram sangramento menor. Foram observados 83 casos (0,45% de todos os pacientes) de trombose venosa profunda e/ou embolia pulmonar. Houve aumento considerável do consumo de doses profiláticas de heparina de baixo peso molecular. Conclusões: Os dados encontrados sugerem que este modelo é adequado para aumentar a divulgação, a classificação de risco tromboembólico venoso e a aplicação de medidas preventivas em ambiente hospitalar.

Palavras-chave

heparina de baixo peso molecular, trombose de veia profunda, embolia pulmonar, tromboembolismo

Abstract

Objectives: To assess the use of a previously described method for the classification of venous thromboembolic risk factor; to develop appropriate software; to evaluate the current prophylactic practices in a large Brazilian general hospital and to assess changes of pattern in the clinical practice and their impact on outcomes. Methods: The risk class was determined by the number of risk factors presented by each patient at admission, written in a specific form. This form also provided each entry with recommended prophylactic regimens according to the consensus guidelines. At discharge, symptomatic and objectively confirmed venous thromboembolism, heparin induced thrombocytopenia, bleeding and the type of prophylaxis actually given were recorded. Results: From October 1995 to August 1999, 18,690 patients were evaluated. Risk factors were classified as moderate in 8,012 (42.87%) and high in 880 (4.7%). 52.9% of high-risk patients received inadequate regimens, 33% of moderate-risk patients received no prophylaxis and 6.5% of low-risk patients received inadequate heparin prophylaxis. The most frequently observed risk factors were age > 40 years, pregnancy, prolonged surgery time and obesity. Minor and major bleeding was observed in 14 (0.51%) and 11 cases (0.4%), respectively, with heparin prophylaxis. There were 83 venous thromboembolism episodes. The monthly hospital consumption of prophylactic low molecular weight heparin increased drastically. Conclusions: This method seems adequate to increase awareness of venous thromboembolism in a hospital setting. There seems to be an association between the increase in low molecular weight heparin consumption, the use of this protocol and the decrease in symptomatic venous thromboembolism. This study was a pilot scheme for the Brazilian Venous Thromboembolism Registry.

Keywords

low molecular weight heparin, deep vein thrombosis, pulmonary embolism, thromboembolism
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