Jornal Vascular Brasileiro
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Artigo Original

Aprisionamento de vasos poplíteos: diagnóstico e tratamento e o conceito do aprisionamento funcional

José Dalmo de Araújo, José Dalmo de Araújo Filho, Emerson Ciorlin, Ana Paula de Oliveira, German Eliecer Sanchez Manrique, Arlindo Dias Pereira

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Resumo

Objetivos: Discutir o diagnóstico, complicações e tratamento do aprisionamento de vasos poplíteos e o conceito do aprisionamento funcional, com especial ênfase na conduta nos casos “anatômicos” e “funcionais”. Métodos: Foram estudados 63 pacientes com diagnóstico de aprisionamento dos vasos poplíteos nos últimos 25 anos; destes, 31 foram operados. Dos 31, nove apresentavam anomalias de inserção muscular (“casos anatômicos”), bilaterais em quatro pacientes; oito dos 13 membros operados apresentavam anomalia do tipo II, quatro do tipo III e um do tipo IV. Oito membros tiveram complicações vasculares; um estenose, três obstruções crônicas, dois obstruções agudas (um trombose aguda e um embolia) e dois aneurismas. Vinte e dois pacientes apresentavam aprisionamento do tipo funcional (sem anomalia de inserção muscular). Dois aneurismas ocorreram neste grupo, por compressão no nível do anel de Hunter. Os 22 pacientes foram submetidos à secção do tendão interno do gastrocnêmio, geralmente hipertrofiado e/ou com inserção lateralizada. As artérias lesadas foram substituídas por veias. Resultados: Após seguimento de 6 meses a 25 anos (média de 6 anos) os resultados foram ótimos para os casos anatômicos. Entre os funcionais, oito pacientes tiveram recidiva da compressão (25%) e três pacientes recidiva de sintomas (10%). Tais resultados foram atribuídos à descompressão insuficiente do procedimento cirúrgico. O menor índice de sintomas foi atribuído à liberação do nervo ciático-poplíteo à descompressão compartimental produzida pelo tratamento cirúrgico e à mudança dos hábitos esportivos, no pós-operatório. Conclusões: Os casos anatômicos devem ser operados, mesmo quando assintomáticos. Nos casos com lesão arterial, a artéria lesada deve ser substituída por veia autógena, evitando-se a endarterectomia. Os casos funcionais devem ser tratados clinicamente com reeducação de hábitos esportivos e cinesioterapia e acompanhamento com ultra-sonografia dúplex a cada seis meses. A operação deve ser indicada se houver piora acentuada dos sintomas ou aparecimento de lesão vascular.

Palavras-chave

síndrome de aprisionamento, vasos poplíteos, anomalias musculares
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