Jornal Vascular Brasileiro
https://jvascbras.org/article/doi/10.1590/S1677-54492006000400016
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Thesis Summary

Impacto da pesquisa laboratorial de trombofilia na prevenção secundária e orientação dos doentes com tromboembolismo venoso

Adilson Ferraz Paschôa

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Resumo

INTRODUÇÃO: O tromboembolismo venoso (TEV) afeta de um a três indivíduos por 1.000 habitantes/ano. O conhecimento atual das trombofilias permite a associação com cerca de 40% dos casos de TEV. Há controvérsias quanto ao valor da pesquisa laboratorial de trombofilia para o benefício dos doentes com tromboembolismo venoso.
OBJETIVOS: Determinar as variáveis preditivas para a pesquisa positiva de trombofilia e avaliar o impacto desses resultados nas decisões clínicas.
MÉTODOS: Foram avaliados 84 doentes consecutivos com TEV confirmado por métodos de imagem no período entre janeiro de 2001 e novembro de 2003. Após o período previsto de anticoagulação definido por critérios clínicos, os doentes foram submetidos a pesquisa das principais causas de trombofilia. Os resultados laboratoriais permitiram a dois examinadores independentes reavaliar caso a caso a indicação de "mudança de conduta", caracterizada pela interferência no tempo de profilaxia secundária ou "atenção especial" para medidas de maior vigilância diante de situações de risco ou para a extensão da pesquisa aos familiares assintomáticos.
RESULTADOS: A trombofilia foi encontrada em 35 dos 84 casos (41,66%), sendo que em 27 (32,12%) havia uma causa genética. O fator V Leiden foi a alteração mais freqüente (15,47%), seguida do conjunto de deficiência dos anticoagulantes naturais (11,9%). Não houve diferença significativa da freqüência de trombofilia relacionada à faixa etária nem diferença de idade de aparecimento do primeiro evento trombótico entre doentes trombofílicos e não-trombofílicos. Houve significância estatística para ocorrência de trombofilia nos doentes com tromboflebite superficial, recorrência e na associação com fatores de risco não-cirúrgicos. A "mudança de conduta" foi atribuída a seis dos 84 doentes (7,14%), estatisticamente significativa para aqueles com recorrência em relação aos que tiveram apenas um episódio de TEV. A "atenção especial" foi atribuída a 34 dos 84 casos (40,47%).
CONCLUSÕES: A tromboflebite superficial de aparecimento espontâneo, a ocorrência de TEV relacionada a causas não-cirúrgicas e a recorrência foram os principais achados preditivos de trombofilia. A "mudança de conduta" aplicou-se a uma pequena porcentagem de doentes e refletiu predominantemente a confirmação da necessidade de prolongamento da profilaxia secundária. A "atenção especial" diante de situações de risco e a extensão da profilaxia primária a familiares de primeiro grau assintomáticos também expostos a situações de risco parecem-nos os melhores benefícios da pesquisa laboratorial da trombofilia.

Palavras-chave

Fator V, hiperhomocisteinemia, trombose venosa, síndrome antifosfolipídica, trombofilia, antitrombina.
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