Jornal Vascular Brasileiro
https://jvascbras.org/article/doi/10.1590/S1677-54492007000400008
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Avaliação da utilização de profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital escola

Evaluation of the use of prophylaxis for deep venous thrombosis in a teaching hospital

Guilherme Benjamim Brandão Pitta; Ticiana Leal e Leite; Maria do Desterro Costa e Silva; Camilla Felix Leão de Melo; Giselli de Almeida Calheiros

Downloads: 0
Views: 838

Resumo

CONTEXTO: A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença freqüente e grave. A profilaxia é o melhor meio para reduzir a sua incidência, diminuindo a morbimortalidade gerada por suas complicações. Na relação custo x efetividade, é melhor manter uma rotina profilática do que tratar a doença já instalada. OBJETIVO: Verificar se a profilaxia da TVP está sendo utilizada de maneira adequada e rotineira no Hospital Escola Doutor José Carneiro (HEJC), de Maceió (AL). MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal descritivo no HEJC durante o período de 6 meses. A amostra foi de 298 pacientes, de diferentes especialidades. Os dados foram coletados nos prontuários, divididos em clínicos (68,5%) e cirúrgicos (31,5%). Analisou-se, em cada paciente, como se procedeu a utilização da profilaxia para a TVP. Foram pesquisados fatores clínicos, medicamentosos e cirúrgicos para todos os pacientes e, com base nesses dados, foi realizada estratificação do risco conforme a classificação recomendada pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). O estudo estatístico foi realizado através do software SPSS, utilizando os testes qui-quadrado e de correção bivariada, considerando o valor de p < 0,05. RESULTADOS: Dos 298 pacientes analisados, 204 eram da clínica médica, onde 28,9% eram de baixo risco, 60,3% médio risco e 10,8% alto risco para TVP; e 94 pacientes eram da clínica cirúrgica, onde 43,6% apresentaram baixo risco, 52,1% médio risco e 4,3% alto risco. Apenas 23% dos pacientes do grupo clínico e 2,1% para o grupo cirúrgico receberam a profilaxia de forma adequada. CONCLUSÃO: Apesar da eficácia da profilaxia para a TVP já ter sido comprovada e difundida, em nosso meio ainda não atinge os níveis desejados de utilização.

Palavras-chave

Prevenção e controle, trombose venosa, avaliação

Abstract

BACKGROUND: Deep venous thrombosis (DVT) is a frequent and severe disease. Prophylaxis is the best means to reduce its incidence, lowering morbidity and mortality rates caused by its complications. In a cost-effectiveness ratio, it is better to maintain a prophylactic routine than to treat an established disease. OBJECTIVE: To verify whether DVT prophylaxis is being properly and routinely used at Hospital Escola Doutor José Carneiro (HEJC), in Maceió, Brazil. METHODS: A descriptive, cross-sectional study at HEJC was carried out for a 6-month period. The sample was composed of 298 patients within different specialties. Data were collected from medical records, and divided into clinical (68.5%) and surgical (31.5%). How DVT prophylaxis was performed was analyzed for each patient. Clinical, pharmacological and surgical factors were investigated for all patients. Based on these data, risk stratification was performed in accordance with the classification recommended by Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Statistical analysis was performed using software SPSS and the qui-square and bivariate correction tests, considering p value < 0.05. RESULTS: Of the 298 patients analyzed, 204 belonged to medical clinic, in which 28.9% were low risk, 60.3% average risk and 10.8% high risk for DVT; and 94 patients belonged to surgical clinic, in which 43.6% were low risk, 52.1% average risk and 4.3% high risk. Only 23% of patients in the clinical group and 2.1% in the surgical group were given adequate prophylaxis. CONCLUSION: Despite the efficiency of prophylaxis for DVT having been confirmed, it does not reach satisfactory levels in our country.

Keywords

Prevention and control, venous thrombosis, evaluation

References

Garcia ACF, Sousa BV, Volpato DE, Deboni LM, Souza MV, Martinelli R, Gechele S. Realidade do uso da profilaxia para trombose venosa profunda: da teoria à prática. J Vasc Bras. 2005;4:35-41.

Lourenço DM. Alterações da hemostasia que propiciam o tromboembolismo venoso. Cir Vasc Angiol. 1998;14:9-15.

Maffei FHA. Trombose venosa profunda dos membros inferiores: incidência, patologia, fisiopatologia e diagnóstico. Doenças vasculares periféricas. 1995:842.

Caiafa JS, Bastos M de. Programa de profilaxia do tromboembolismo venoso do hospital naval Marcílio Dias: um modelo de educação continuada. J Vasc Bras. 2002;1:103-12.

Caiafa JS. Trombose venosa e embolia pulmonar. 1991.

Alpert JS, Dalen JE. Epidemiology and natural history of venous thromboembolism. Prog Cardiovasc Dis. 1994;36:417-22.

Rubinstein I, Murray D, Hoffstein V. Fatal pulmonary emboli in hospitalized patients: na autopsy study. Arch Intern Med. 1988;148:1425-6.

Baruzzi ACA, Nussvacher A, Lagudis S, Souza JAM. Trombose venosa profunda: profilaxia. Arq Bras Cardiol. 1996;67:215-8.

Nicolaides AN, Breddin HK, Fareed J. Prevention of venous thromboembolism: International Consensus Statement. Guidelines compiled in accordance with the scientific evidence. J Vasc Bras. 2002;1:133-70.

Anderson FA Jr., Wheeler HB, Goldberg RJ. A population based perspective of the hospital incidence and case-fatality rates of deep vein thrombosis and pulmonary embolism: The Worchester DVT study. Arch Intern Med. 1991;151:933-8.

Maffei FHA. Trombose venosa profunda dos membros inferiores: incidência, patologia, fisiopatologia e diagnóstico. Doenças vasculares periféricas. 2002:1363.

Fowkes FJ, Price JF, Fowkes FG. Incidence of diagnosed deep vein thrombosis in the general population: systematic review. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2003;25:1-5.

Prevention of venous thromboembolism: international consensus statemant (guidelines according to scientific evidence). Int Angiol. 1997;16:3-38.

Heit JA. Risk factors for venous thromboembolism. Clin Chest Med. 2003;24:1-12.

Richards KL, Armstrong JD, Tikoff G, Hershgold EJ, Booth JL, Rampton JB. Noninvasive diagnosis of deep vein thrombosis. Arch Intern Med. 1976;136:1091-6.

Sandler DA, Martin JF, Duncan JS. Diagnosis of deep-vein thrombosis: comparison of clinical evaluation,ultrasound, plethysmography, and venoscan with X-ray venogram. Lancet. 1984;2:716-9.

Rollo HA, Maffei FHA, Lastória S, Yoshida WB, Castiglia V. Uso rotineiro da flebografia no diagnóstico da trombose venosa profunda dos membros inferiores. Cir Vasc Angiol. 1986;2:7-12.

Clagett GP, Anderson FA Jr., Geerts W. Prevention of venous thromboembolism. Chest. 1998;114(^s5):531-60.

Keane MG, Ingenito EPO, Goldhaber SZ. Utilization of venous thromboembolism prophilaxis in medical intensive care unit. Chest. 1994;106:13-4.

Engelhorn ALV, Garcia ACF, Cassou AF, Birckholz L, Engelhorn CA. Profilaxia da trombose venosa profunda: estudo epidemiológico em um hospital escola. J Vasc Bras. 2002;1(2):97-102.

Maffei FHA, Caiafa JS, Ramacciotti E, Castro AA. Diretrizes para prevenção, diagnóstico e tratamento da trombose venosa profunda. 2001.

Kisner RC, Colby LA. Exercícios terapêuticos. 1989:435-7.

Belen BV, Zorn WGW, Braga PE, Oliveira RSM, Caetano Jr O. Métodos não-invasivos no estudo das doenças venosas. Doenças vasculares periféricas. 1995:785-94.

Ilgenfritz FM, Meier JR. Venous velocity increase with a pneumatic foot compression garment. Angiology. 1994;45:949-52.

Caiafa JS. Medidas profiláticas da doença tromboembólica. Síndromes venosas: diagnóstico e tratamento. 2001:195-208.

Baker WF Jr. Diagnosis of deep venous thrombosis and pulmonary embolism. Med Clin North Am. 1998;82:459-76.

Marchi C, Schlup IB, Lima CA, Schlup HA. Avaliação da profilaxia da trombose venosa profunda em um hospital geral. J Vasc Bras. 2005;4:171-5.

Kakkar VV, Flanc C, Howe CT, Clarke MB. Natural history of postoperative deep vein thrombosis. Lancet. 1969;2:230-2.

Silva MC. Tromboembolismo venoso: epidemiologia e fatores de risco. Cirurgia vascular. 2002:1123-34.

Goldhaber SZ, Tapson VF. A prospective registry of 5,451 patients with ultrasound confirmed deep vein thrombosis. Am J Cardiol. 2004;93:259-62.

Franco RM, Simezo VB, Bortoleti RR. Profilaxia para tromboembolismo em um hospital de ensino. J Vasc Bras. 2006;5:131-8.

Bergqvist D, Lindgren B, Matzsch T. Comparison of the cost of preventing postoperative deep vein thrombosis with either unfractionated or low molecular weight heparin. Br J Surg. 1996;83:1548-52.

Anderson FA Jr., Wheeler HB, Goldberg RJ. Prospective study of the impact of continuing medical education and quality assurance programs on use of prophylaxis for venous thromboembolism. Arch Intern Med. 1994;154:669-77.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5ddeb9b50e88258b7b7279a1 jvb Articles

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections