Jornal Vascular Brasileiro
https://jvascbras.org/article/doi/10.1590/S1677-54492012000400004
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Amputação primária no trauma: perfil de um hospital da região centro-oeste do Brasil

Primary amputation in trauma: a profile of hospital Center-west region of Brazil

Flavio Renato de Almeida Senefonte; Giuliano Rodrigo de Paiva Santa Rosa; Mauri Luiz Comparin; Marcos Rogério Covre; Mauricio de Barros Jafar; Fábio Augusto Moron de Andrade; Guilherme Maldonado Filho; Ed Nogueira Neto

Downloads: 3
Views: 906

Resumo

CONTEXTO: Vivemos num período de epidemia do trauma. A amputação de indicação traumática incide em uma população jovem e economicamente ativa com repercussão onerosa no âmbito socioeconômico, tornando-se um problema de saúde pública. OBJETIVOS: Conhecer a casuística de amputações traumáticas realizadas na Santa Casa de Campo Grande-MS, entre 2005 e 2008. MÉTODOS: Estudo de prevalência, descritivo, longitudinal e retrospectivo. Amostragem de conveniência, realizada com revisão sistemática de prontuários de pacientes submetidos a amputações de membros inferiores e/ou superiores cuja indicação foi trauma incompatível com reconstrução. Foram excluídos os pacientes que já chegaram amputados no pronto-socorro. Avaliaram-se nível de amputação, faixa etária, sexo e escala do sistema MESS para indicação de amputação traumática. Utilizaram-se o teste quiquadrado e o teste exato de Fisher, considerando um intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Foram realizadas 108 amputações no período, na faixa etária de dois anos a 78 anos, com média de 36,7 ± 12 anos e mediana de 35 anos. Houve predomínio do sexo masculino em 72% da casuística. O nível de amputação mais executado foi de amputações menores (pododáctilos e quirodáctilos). A causa mais frequente foi lesão decorrente de acidente de trânsito. CONCLUSÕES: As amputações traumáticas atingiram uma população jovem e produtiva, conforme corroborado pela literatura, com predomínio de acidentes de trânsito com lesões ortopédicas e neurológicas associadas.

Palavras-chave

amputação, desarticulação, trauma

Abstract

BACKGROUND: We live in a period of epidemic of trauma. Amputation due to trauma affects a young and economically active population, with costly socioeconomic consequences, becoming a public health problem. OBJECTIVE: To investigate the series of amputations performed at Santa Casa de Campo Grande Hospital between 2005 and 2008. METHODS: Prevalence, descriptive, longitudinal and retrospective study. Convenience sampling was used to conduct a systematic review of medical records of patients undergoing lower and/or upper limb amputations whose diagnosis was trauma incompatible with reconstruction. Patients who arrived at the emergency department with amputated limbs were excluded from the study. We assessed the level of amputation, age, sex, and MESS score for amputation after trauma. The chi-square test and Fisher's exact test were used considering a 95% confidence interval. RESULTS: One hundred and eight amputations were performed in the period. Patients' two to 78 years; mean age was 36.7 ± 12 years, and median age was 35 years. Most patients were males (72%). The most frequent level of amputation was minor amputations (toes and fingers). The most common cause of amputation was injury resulting from traffic accidents. CONCLUSIONS: In agreement with the literature, trauma amputations affect a young and productive population, with prevalence of traffic accidents with associated orthopedic and neurological injuries.

Keywords

amputation, disarticulation, trauma

References

De Luccia N. Amputação e reconstrução nas doenças vasculares e no pé diabético. 2006.

Araújo GM, Mathias SB, Felipe Junior G. Dados epidemiológicos. Trauma vascular. 2006:74-82.

De Luccia N. Amputações e a doença vascular periférica. J Vasc Br.. 2004;3(3):179-80.

Campos-Christo SF, Miguel EV, Costa-Val R, Teixeira ELC. Amputação primária no trauma: indicações e aspectos legais. Trauma vascular. 2006:153-60.

Gregory RT, Gould RJ, Peclet M. The mangled extremity syndrome index (MESI): a severity grading system for multisystem injury of the extremity. J Trauma.. 1985;25:1147-50.

Carmona GA, Hoffmeyer P, Herrmann FR. Major lower limb amputations in the elderly observed over ten years: the role of diabetes and peripheral arterial disease. Diabetes Metab.. 2005;31:449-54.

Seidel AC, Nagata AK, Almeida HC, Bonomo M. Epistemologia sobre amputações e desbridamentos de membros inferiores realizados no Hospital Universitário de Maringá. J vasc bras.. 2008;7:308-15.

Santos CAS, Nascimento PFT. Desbridamento e amputações. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 2003.

Regensteiner JG, Hiatt WR. Current medical therapies for patients with peripheral arterial disease: a critical review. Am J Med.. 2002;112:49-57.

Shalabi R, Al Amri Y, Khoujah E. Vascular injuries of upper extremity. J Vasc Bras.. 2006;5:271-6.

Atualização: padrões e recomendações, patologias associadas. Diabetes Clin.. 2000;4:118‑36.

Consensus development conference on diabetic foot wound care. Diabetes Care.. 1999;22:1354-60.

Schaan BD, Mandelli NCB. Conduta na doença arterial periférica em pacientes diabéticos. 2004.

Gamba MA, Gotlieb SLD, Bergamaschi DP, Vianna LAC. Amputações de extremidades inferiores por diabetes mellitus: estudo caso-controle. Rev Saude Publica.. 2004;38:399-404.

Bild DE, Selby JV, Sinnock P. Lower extremity amputation in people with diabetes: epidemiology and prevention. Diabetes Care.. 1989;12:24.

Karlstrom L, Bergqvist D. Effects of vascular surgery on amputation rates and mortality. Eur J Vasc Endovasc Surg.. 1997;14:273-83.

Department of Health and Social Security - DHSS: Amputation Statistics for England, Wales and Northern Ireland. 1986.

Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA. Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease (TASC II). J Vasc Surg.. 2007;45(Suppl S):S5.

Sheahan MG, Hamdan AD, Veraldi JR. Lower extremity minor amputations: the roles of diabetes mellitus and timing of revascularization. J Vasc Surg.. 2005;42:476-80.

Assis MMA, Cerqueira EM, Nascimento MAA, Santos AM, Jesus WLA. Atenção primária à saúde e sua articulação com a estratégia saúde da família: construção política, metodológica e prática. Rev APS.. 2007;10:189-99.

Almeida Filho N, Rouquayrol MZ. Estudo de casos. Introdução a epidemiologia. 2002:196-205, 215-31.

De Godoy JM, De Godoy MF, Batigalia F, Trávolo AR, Monteiro EH. Lower-extremity amputation: a 6-year follow-up study in Brazil. J Orthop Surg (Hong Kong).. 2005;13:164-6.

Diogo MJD. A dinâmica dependência-autonomia em idosos submetidos à amputação de membros inferiores. Rev Latino-Am Enfer.. 1997;5:59-64.

Sequeira FM, Martins AB. [Limb amputations carried out in hospitals of the national health service in the years from 1990 to 1993]. Acta Med Port.. 1996;9(9-7):207-10.

Bergamini R. Um estudo sobre a população brasileira no século XX. 2000.

Meirelles SSL. Traumatismo arterial de membros inferiores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 2003.

Belangero WD, Livani B, Angelini AJ, Davitt M. Amputaçäo dos membros inferiores na criança. Relato e experiência em 21 casos. Acta Bras Ortop.. 2001;9:6-10.

Razuk A, Porciúncula M, Caffaro RA. Esmagamento de membros. Trauma vascular. 2006:423-33.

Durhan RM, Mistry BM, Mazuski JE, Shapiro M, Jacobs D. Outcome and utilityof scoring systems in the management of the mangled extremity. Am Surg. 1996;172:560-74.

Bondurant FJ, Cotler HB, Buckle R, Miller-Crotchett P, Browner BD. The medical and economic impact of severely injured lower extremities. J Trauma.. 1988;28:1270.

Johasen K, Daines M, Helfet D. Objective criteria accurately predict amputation following lower extremity trauma. J Trauma.. 1990;30:568-72.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5ddd223f0e88250b3a1da3e9 jvb Articles

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections